terça-feira, 23 de dezembro de 2014

"Are you Matheus?"

Depois de todo o caos para o check in, finalmente embarquei; para a pior viagem de avião que eu já havia feito!
Meu assento era na asa direita, no corredor; assim conseguiria sair para ir ao banheiro (sem incomodar a pessoa do meu lado), algo que eu tinha certeza que aconteceria multiplas vezes, já que quando fico nervoso faço xixi sem parar. 
Antes mesmo do avião decolar peguei as cartinhas na minha mochila, coloquei meus fones de ouvido; "The Call" estava tocando, e comecei a lê-las enquanto mascava meu chiclete de menta; afinal não queria que meus ouvidos entupissem com a pressão, e foi questão de minutos, não, de segundos até eu começar a chorar, e a cada carta o fluxo de lágrimas aumentava até eu começar a soluçar. A aeromoça, preocupada, me perguntou se eu estava bem (acho que estava um pouco claro que não) e me ofereceu um copo d'agua. O avião decola.
Com o passar do voo, a "janta", inumeras idas ao banheiro; seja para conversar com a minha amiga (que havia feito na sala de espera) ou só esticar as pernas, as luzes do avião foram desligadas e não muito depois todos estavam dormindo. Tentei fazer o mesmo mas não funcionou, passei as 18 horas do voo assistindo comédias, sendo acertado pelo cotovelo do japônes sentado ao meu lado, conferindo quanto tempo faltava para pousarmos e comendo ursinhos de geleia.
Finalmente chegamos a Michigan, o destino da minha amiga; mas não o meu (Fiz essa escala estupida por não saber nada da geografia dos Estados Unidos). Comi panquecas no aeroporto, com uma intercambista do Brasil que encontrei lá (tem brasileiro em todo o lugar mesmo) e na hora de pagar a conta e sair minha mochila bateu na mesa e derrubou tudo, quebrei copos, pratos, fiquei apavorado achando que já seria deportado, mas a garçonete só falou para eu não me preocupar que ela tomaria conta, amem!
Com uma conexão de 5 horas tive muito tempo; tempo demais, para andar pelo aeroporto.
Depois de comprar alguns chocolates, um chá de pessêgo e mais chiclete fui para meu portão, era hora para meu ultimo voo antes de chegar ao lugar que chamaria de casa pelos próximos 10 meses, Colorado. A viagem foi bem mais tranquilha; e curta, em 4 horas já estava em Denver.
O aeroporto era ridiculamente gigante e eu obviamente me perdi. Pedi informação para pessoas que estavam tão perdidas quanto eu e acabei dando voltas e voltas no aeroporto, até que encontrei o lugar que eu deveria estar, minhas malas estavam sozinhas me esperando na esteira (já que provavelmente ninguém se perdeu por 35 minutos). Assim que as peguei, pensei "Como vou encontrá-los?", e foi aí que alguém pôs a mão no meu ombro e perguntou "Are you Matheus?", e a aventura começou. Fort Lupton aí vou eu.

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